Na noite de terça-feira, 9, Amber Heard compareceu ao “Porter’s Third Annual Incredible Women Gala” que aconteceu em Los Angeles, Califórnia. O evento celebrou um ano dos movimentos “#MeToo” e “Time’s Up“.
Heard leu um trecho de uma carta que fez para a Porter Magazine, falando sobre violência doméstica e abuso. Confira a tradução.
Numa noite em que as mulheres de Hollywood se reuniram para comemorar um ano desde que o movimento #MeToo abalou a indústria do entretenimento, Amber Heard compartilhou uma carta aberta sobre “alguns dos momentos mais dolorosos e difíceis da minha vida”.
Na festa Incredible Women, realizada nesta terça-feira pela revista Porter, Heard leu em voz alta uma carta aberta que escreveu para a publicação em dezembro de 2016, pouco depois de pedir o divórcio do ex-marido Johnny Depp. Heard alegou que o ator havia abusado fisicamente e emocionalmente dela. Ela doou todo o dinheiro do seu acordo de divórcio para instituições contra violência doméstica e caridade para crianças.
Antes de ler a carta, ela disse à multidão que escreveu para suas “irmãs silenciosas” porque “na época, minha voz estava sozinha, era uma que certamente parecia sozinha. E a Porter Magazine publicou esta carta aberta quando talvez fosse mais difícil, e por essa razão me sinto honrada por estar aqui compartilhando este espaço com tantas mulheres valentes e poderosas, e eu só queria ter um momento para dizer o quanto eu aprecio isso. Também, o quão relevantes são essas palavras hoje, dois anos e meio depois.”
Na carta, Heard escreveu: “Vamos começar com a verdade, a verdade dura e fria. Quando uma mulher se apresentar para falar sobre seu sofrimento, sobre a injustiça, em vez de ajuda, respeito e apoio, ela será recebida com hostilidade, ceticismo e vergonha. Seus motivos serão questionados e sua verdade será ignorada. Não importa quão terrível e aterrorizante possa ser sobreviver a um trauma, a verdade é que pode empalidecer em comparação com o que acontece depois.”
“Não é de se admirar que muitas de nós sintam que devemos nos manter caladas, ignorar nossa própria segurança para tentar manter nossa dignidade ao resistir silenciosamente. O medo de ser banida por sua comunidade é apenas a perspectiva mais aterrorizante que existe ”, continua ela. “Mas eu estou aqui para lhes dizer que não há necessidade de fazer essa terrível escolha. Não é fácil levantar a voz, defender você e a sua verdade e fazer isso sozinha, mas nosso mundo está mudando. Em pé, ombro a ombro, como mulheres, compreendemos um vasto exército de vozes e não podemos mais aceitar em silêncio.”
Heard foi uma das inúmeras mulheres que tiraram seus saltos durante a apresentação como uma declaração de solidariedade. Minnie Driver, que foi a apresentadora da noite, começou a tendência no início da noite quando anunciou “Acho que vou tirar a m*rda dos meus sapatos. Somos todas garotas, exceto Aaron [Taylor-Johnson, que estava presente]. Eu apenas os usei para as fotos.” Tiffany Haddish e Sam Taylor-Johnson depois seguiram o exemplo, tirando os sapatos e colocando-os em cima do pódio enquanto falavam.O evento, organizado pelo editor-chefe da Porter, Lucy Yeomans, e pela presidente da Universal Pictures, Donna Langley, comemorou o tema “One Year Stronger” desde o início dos movimentos #MeToo e Time’s Up, com mulheres e homens lendo discursos, poemas e declarações de mulheres inspiradoras ao longo da história. Charlize Theron, Mahershala Ali, Ellen Pompeo, Anna Kendrick, Alison Brie , Kate Beckinsale, Annie Lennox e Busy Philipps todos participaram das apresentações, que incluíram materiais de Meryl Streep ao presidente Barack Obama. O dinheiro arrecadado da noite foi para apoiar a Vital Voices, uma organização sem fins lucrativos bipartidária para os direitos e capacitação das mulheres.
O evento das Mulheres Incríveis, realizado no Ebell de Los Angeles, marcou o terceiro evento anual de Porter.
Tradução e adaptação: Equipe Amber Heard Brasil.
Fonte: Variety Today.