ENTREVISTADOR: Você se lembra da primeira vez que se viu na telona? Como é essa experiência para uma atriz?
AH: Tenho uma vaga memória visceral disso. É exatamente como a sensação que você tem quando se ouve em uma secretária eletrônica – mas multiplicada por 100 em termos dessa sensação angustiante de vergonha.
ENTREVISTADOR: Você melhorou em se observar com o tempo? Ou é algo com que você nunca se acostuma?
AH: Algumas pessoas podem se acostumar, mas não eu. Acho que desenvolvi melhores mecanismos para me defender contra ter que me acostumar. Quando você vira uma “mercadoria”, precisa desenvolver mecanismos para proteger seu ego e um senso de si que não está sendo distribuído.
ENTREVISTADOR: Como você decide qual parte de si proteger?
AH: É algo estranho para um artista, especialmente um da minha geração que não necessariamente cresceu com as redes sociais. Eu só tenho rede social há dois anos. Quando você está aos olhos do público, se acostuma a ser ferozmente protetora da sua imagem e da sua vida privada e a impedir que isso seja usado contra o seu próprio bem. E isso cria um relacionamento com a privacidade e ter que lutar por essa privacidade. Eu acho que é por isso que as pessoas às vezes relutam em participar das redes socias. Mas devo dizer que, desde que comecei a participar disso, percebi que, durante todos esses anos anteriores eu quem perdi, eu era uma das únicas pessoas que não tinham uma voz sobre a minha vida.
ENTREVISTADOR: Parece quase que a experiência de ser atriz e ter sua imagem em todos os lugares agora é apenas parte da vida contemporânea de todas as pessoas. É quase como se o mundo estivesse alcançando ser um ator famoso.
AH: Eu acho que o mundo, no seu ponto de vista, está alcançando, mas eles estão alcançando o senso de marca, que anteriormente havia sido restrito para um pequeno grupo de pessoas. E agora foi democratizado pelas mídias sociais. Os efeitos negativos e positivos que acompanham essa realidade agora estão sendo sentidos em massa. Todo mundo agora é o CEO de sua “marca”, e as pressões que vêm com isso estão começando a ser tratadas de maneira convencional.
ENTREVISTADOR: Você já compartilhou coisas das quais se arrepende?
AH: Isso é algo que eu acho que as pessoas aos olhos do público estão acostumadas. É um equilíbrio que constantemente precisamos mitigar: sermos nós mesmos versus fazer com que isso seja usado contra nós.